A vida continua






A vida continua mesmo quando sofro,

Mesmo quando um amargo persiste na boca,
Mesmo quando o tempo parece conspirar contra os meus planos, contra os meus sonhos,
Mesmo quando acho que não vou conseguir.

A vida continua mesmo quando em lágrimas quero fugir. Quero deixar a realidade, desistir de tudo.


Mesmo quando não quero sair de casa porque um sentimento de temor me apavora. Mesmo quando a noite chega e reina absoluta em seu manto negro maltratando a ultima ilusão de esperança. Mesmo quando as ondas volumosas, furiosas saem de sua orbita e causa danos. Mesmo quando nuvens agitadas pelo vento transformam-se em perigo...


A vida continua se sofro; se estou angustiado, se não sei lidar com os meus problemas, ou se meu ente querido morreu, se não posso levantar porque meus pés dói ,ou porque ainda me sinto fraco, solitário.


A vida continua diante da minha dor, continua célere, bela, magnífica, voraz.


Ela não dar o devido tempo para chorar a minha dor, sofrer a minha desgraça, percorrer a estrada da derrota em paz. Por isso, se fores querer “curtir a fossa”, recompor-se certamente perdera o posto, alguém passara na tua frente, assim ficara para trás. Isso é fato.


Então, recomponha-se enquanto anda, enquanto segue em frente, enquanto percorre o teu caminho limpa as lagrimas, lave o rosto, porque não há tempo disponível para sentar, descansar e dar uma de coitadinho, lamentar.


A vida, portanto, não dar tempo nem para que eu me refaça. Continua mesmo perante minha morte, porque ela não para.

 





Errado, somos todos.

 







Todo mundo erra, é fato.

E isso  não nos deixa pior ou melhor do que ninguém, pelo contrário, nos deixa no mesmo patamar, na mesma posição, nos torna iguais.



Se parássemos para pensar que todo mundo erra. Se parássemos para ponderar que todos nós tomamos decisões absurdas, que todos somos imperfeitos, maus, e que esse todo mundo, inclui, você e eu, então perdoaríamos mais, aceitaríamos às diferenças, não apontaríamos tantos os defeitos, não apedrejaríamos com facilidade.


Pelo contrário, teríamos a atitude de fica no lugar do nosso próximo, exercitariamos mais a empatia, aprenderíamos a ouvir antes de julgar, ou nem julgaríamos, uma vez que o lugar em que nosso amigo estar já fomos um dia, mesmo se não fomos, uma coisa é certa, já maculamos tanto nossas mãos, quanto nossas vestes, assim sendo, a melhor atitude é a humildade.


Se entendermos que a estrada de todos nós, independente de qualquer que seja, há dias que tem espinhos, outros que há  flores, ou seja, ás oportunidades estão para todos. Deste modo, não mais torceremos pela desgraça de ninguém, nem sorriremos pela tristeza do próximo, mas prantearemos pelas derrotas um dos outros.


Se todos reconhecessem que somos errados, frágeis, vulneráveis; reconhecessem, a grande realidade,  que todo mundo erra e que poucos perdoam, desapareceria às rivalidades, o fato de um querer ser superior que o outro. Morreria, perderia o significado,  o egocentrismo, bem como  o individualismo perderia o absolutismo, e o amor reinaria.


Finalmente, se entendêssemos que apesar de sermos indivíduos somos iguais, ruiria às guerras, os muros religiosos, filosóficos, financeiros que excluem, isolam, criam diferenças. Penso que esse seria o dia áureo da história, da humanidade, o dia que todos entenderem que somos irmãos.

SANDRA, ANJO E DEMONIO

 


Sandra,


És um anjo,

Um ser mulher que devora a calma,

Inspira versos, radia paz,

Gera contentamento, coragem,

Transmite felicidade num grau quase que divino.


És um demônio,

Um ser voraz, avassaladora,

Um vulcão em erupção que por onde passa deixa marcas,

Arranca suspiros, delírios, domina o pensamento de qualquer homem,

Além de jogá-los aos seus pés morrendo de desejo, consumido por volúpia,

Ardendo no anseio louco de pelo menos provar o néctar de seus lábios,


Pois, de fato, o desejo que impera na sua carne mortal não só se restringe a se esbaldar com os beijos teus, vai mais além, anseia implacavelmente possuí-la, desfrutar do teu corpo, que é um mundo de luxúria.


Corpo sem igual, esbelto, escultural cuja forma é arte viva feita por mãos divina,

Nem o maior dos artistas poderia conceber tal escultura mimosa,

Perfeita, arranca versos, causa idealização,

Fantasias, murmúrios repletos de segundas intenções.


És a paixão, um ser caliente que faz os mortais entrarem em colapso,

Que faz os mortais entrarem em estado de choque,

Que faz os mortais sofrerem, imaginarem os mais variados momentos contigo,

Que faz os mortais em febre adoecerem de desejo.



Que brinca com nós homens, libertinamente, deliberadamente,

Que atormenta os pensamentos. Faz morada em nossa mente,

Que causa reação biológica desproporcional,

Que nos faz perder a racionalidade.


Sandra é a perfeição encarnada em mulher!


Por isso, diante de tamanha maravilha de graça, de fogo, de anjo, de paixão, de desejo que És, e que sempre serás, confesso...


Preciso loucamente do teu corpo contra o meu, dos teus lábios sugando os meus numa febre doentia.


Preciso com violência sentir o teu gosto, teu cheiro, teu aroma fresco de baunilha.


Preciso deslizar minhas mãos no teu grande corpo, ouvir você estremecer. Quero desbravar cada particularidade com a língua,



Acariciar a aureola dos teus seios devagarinho, bem devagarinho, assim, tê-los na boca sem piedade... Meu só meu. Delicadamente caminhar numa onda alienada sobre as linhas do teu abdômen, brincando com teu umbigo.


Ah, como minha língua anela bailar com a tua.

Meu corpo anseia unir-se ao teu na infinita vontade de apagar

A fome que me devora, saciar a sede que destroça meu viver.


Então, vem! Não me deixa esperando.



Por Adailson Pereira