Por te amar ( II Capítulo)


1º PARTE

         

                                                                 II Capitulo





Eram 15h45min da tarde quando cheguei ao escritório. Minha secretaria levantou os olhos quando entrei intrigada pela minha volta, porque no começo da tarde quando deixei o escritório me despedi, especificamente dei a entender que só na segunda regressaria.

- Lucas já chegou? – Perguntei.
- Na sala dele, doutor. - Respondeu.
- Por favor, diga para ele vir a minha sala.
Sentei-me á mesa. Puis sobre a mesa minha pasta e fiquei esperando Lucas.
Minha sala era aconchegante, além da minha mesa havia um conjunto de sofá sofisticado, apropriado para constituir a imagem imponente, audaciosa para os clientes por aquela sala passava. Na parede dois quadros expressionistas de um artista local. 

Sempre acreditei que imagem é tudo.

Ouvi a porta abri-se, mas não levantei os olhos. Continuei entretido com o processo de Antonio que segundos antes da entrada de Lucas havia pegado da pasta, que carregava comigo. Não deixava no escritório por sua importância.

- Boa tarde. – Lucas falou chamando minha atenção.

Fiz menção que ele sentasse na cadeira junto à mesa que eu estava. Sentou-se.

- O caso Antônio, vai reverter à situação? – Preocupado. Primeiro, porque envolvia o nome do meu escritório devido ao fato de ter ganhado notoriedade imensa, depois que a imprensa passou a noticiar. Segundo, Antonio era da pesada segundo alguns advogados comentavam, os que não o receberam enquanto cliente, sinalizavam, no caso de uma eventual perda, possível represaria por parte de Antônio.

-Não tenho nenhuma duvida quanto a isso. – Lucas respondeu otimista.
- Muito bom. – Folgo com a resposta de Lucas. Confiava no otimismo dele, pois sua confiança era algo fenomenal. Admirável. Porque era uma esperança cuja base não era emocionalismo, mas, sim, substanciada em evidência racional.
- Mas há algo que quero novamente tocar. É fato que vamos manter o direito de Antonio de responder o processo em liberdade, mas não vejo essa mesma facilidade quando se trata em ganhar o processo. E ai chega às considerações que quero fazer.
- Lá vem. – Murmuro, pois sabia do que se tratava.

- Sei que quer conquistar nome, que deseja a fama, almeja o sucesso, dinheiro. Sei que esse caso te oferece isso. Sei que esse caso mexe com teu ego. Mas se você perder? Antônio é um dos Homens mais rico deste Estado, e você conhece o que diz por ai a boca pequena, acerca da origem da grana dele, do que ele é capaz.
- Eu vou vencer esse processo!- Exclamo.

- E se perder? E se Antonio uma vez condenado queira vingança? Cassios acha mesmo que esse processo vale tanto?
- Pela fama, vale. Pelo nome que quero conquistar, vale. E outra, não acredito que possa perder tampouco creio, na hipótese de perda, de uma eventual represaria. Não creio.
- Deus ouça tuas palavras. Deus te ouça.
- Cara tá te preocupando á toa. Relaxa.

- Tá dizendo, então... – Lucas evoca forças para crer nas minhas palavras, mas o fato é que reticente permaneceu com o pé atrás... Preocupado.

A fim de amenizar o clima sério instalado resolve inserir outro assunto, digamos mais light.
- Tive uma tarde quente proporcionado por Wiliane. Meu amigo a mulher trepa demais. Faz um boquete como ninguém.
- Humm, talvez seja ela a mulher que vai dominar esse coração. Há mulher que prende o cara pelo estomago, Wiliane talvez te prenda pelo sexo. – Lucas fala abandonando o ar de preocupação.

- Tá pra nascer à mulher que vai domesticar meu coração, ou como disse, me prender. Mulher na minha concepção serve para trepar. E se trepar bem, ganha meu respeito. Esse negócio de amor não é pra mim.-Concluo.
- Ainda vou vê-lo rendido de quatro, completamente apaixonado, talvez esse dia esteja mais perto do que pensa.
Balanço a cabeça em negativa o tempo todo que Lucas externou o seu desejo de me ver apaixonado.

O telefone tocou.

 No segundo toque atendo, e digo:
- Alô.
- Oi mano, - Falou do outro lado da linha. – Aqui é Wdimário teu irmão. Estou ligando para confirmar tua presença no jantar em comemoração aos meus 35 anos de vida. Posso confiar em tua presença?
- Sim. Pode confiar. – Respondi meio reticente.

Á bem da verdade, é que se minha ausência não fosse interpretada como falta de união, portanto inadequada, certamente que optaria por não ir. Assim minha aceitação estava condicionada a conveniência, além do fato que Wdimário era meu irmão. A razão de não querer ir residia no fato de querer poupá-lo de um eventual sofrimento, por isso me afastei de sua casa.
- O jantar estar marcado para 21h00min da noite. – Wdimário encerrou a ligação numa despedida rápida.

Coloquei o telefone no gancho e voltei-me a atenção a Lucas que fez ar de riso.
- Cassios você sabe que é inadequado a tua presença naquela casa. - Asseverou Lucas.
- Sim, sei. Mas não há como recusar o convite. É o aniversario do meu irmão. – Justifiquei ciente da delicadeza do assunto.
- Mesmo assim. Desde quando você prometeu dar um basta nesta historia? Isso faz o quê? – Lucas pensa, tentando ao certo precisar quanto tempo foi a  minha decisão.Quando consegue precisar exatamente, conclui: - A cinco meses atrás, isso mesmo...5 meses atrás. E desde então deixou de ir a casa do teu irmão. Cassios, não sei... É temeroso.

- Não é preciso te preocupar, porque não terei uma recaída... Até porque você estará comigo.
- Desculpa, mas não. Esses eventos são muito chatos.
- Por isso quero que vá comigo.
- Não. Não e nem insista nisto. Se for pra eu ir a algum lugar, então prefiro a companhia da minha esposa. O fato é que sábado, á noite, não irei saí com a minha esposa muito menos irei saí contigo para esse tipo de evento. Tenho outros planos. - Lucas esclareceu num certo mistério.
- Qual é esse plano?- Perguntei curioso.
- Rapaz, - Começou Lucas entusiasmado. – Descobrir pela internet uma parada aí muito foda, mas só contarei depois de experimentar. Antes, não ti digo. Mas é foda apenas ti antecipo isso.




- Ok. Parece ser foda mesmo, pelo jeito que fala.
- Adianto que é uma degustação às cegas. Um entretenimento, digamos uma alternativa pra nos tirar do tédio.
- Casado e com tédio? Então, em outras palavras convém com a minha tese que casamento é um tédio. - Assevero perspicazmente na tentativa de conseguir da parte de Lucas, enfim, mesmo por um vacilo que concorde comigo que, de fato casamento é tedioso.
- Não disse isso. Você tá mudando o sentido e pondo palavras na minha boca. Não me referi à instituição casamento quando utilizei o termo tédio. Mas, me referi a vida em geral.
- Será?Não foi o que entendi, mas por enquanto deixa pra lá. Quer dizer, então... – Guardando os documentos na pasta. -... Que você não vai comigo. Vai me entregar a tentação?

- Controla-se. - Lucas fala em tom de conselho.
- A carne é forte. – Ressalto. - E a minha é muito forte.- Devido a minha queda incontrolavel por uma boa trepada. Eu era completamente tarado, por isso dizia que minha carne não era fraca, e sim forte, porque conseguia me controlar.
- Mas terá que agüentar. Enquanto isso... vou á degustação ás cegas.
- É, então, como o caso Antônio segundo tua palavra e competência vai ser resolvido, ou seja, estar sob controle. Vou à academia e de lá irei direto para casa. Qualquer coisa estou ao celular. Ah, se mudar de idéia quanto ao aniversario de Wdimário, me avisa. - Levanto pego á pasta e dirijo-me a porta. Lucas me segue.

- Ok Cassios.
Reitero:
- Se reconsiderar me liga.
- Não vou.
Passo pela secretaria, e vou embora.

No carro havia bermuda, camiseta e tênis que trazia comigo para depois do trabalho ir à academia. Na academia passei uma hora: fiz serie para as pernas, para o peito sob a orientação de uma personal traineer. Terminei as séries molhado de suóu, portanto cansado na academia mesmo tomei uma ducha.

Entrei no meu apartamento às oito da noite. Joguei a pasta sobre um dos sofás branco, tirei a bermuda, a camiseta e o tênis desejando descanso. À vontade só de cueca boxer vermelha me deitei no sofá.

O apartamento localizado na Ponta da areia era composto de três quartos com suítes cuja decoração privilegiou o branco para gerar um ambiente tranqüilo, calmo, aconchegante. Preparado e disponível para receber o dono estressado  de um dia atribulado, por isso os quadros escolhidos pelo decorador primava por imagens ordeiras, prazerosa  e ajudava a construir um clima iluminado, claro, destruindo assim qualquer vestígio de sombra, trevas ou resquício de angustia. Os moveis eram uma visão de bom gosto, sofisticados, também na cor branca representavam o que de melhor o dinheiro podia pagar.

Localizei o controle do MP3 de baixo da almofada ao meu lado e apertei o play na faixa nove: a música “esses moços, pobres moços” na voz de Gal Costa. A música instantaneamente preencheu a sala levando minha mente a divagar enquanto meu corpo cansado procurou relaxar.

Considerava a canção de Lupicínio, a canção da minha vida, e desde os meus 18 anos a escutava todos os dias.


















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